Aprenda a evitar a tensão cervical

Muitas pessoas sofrem de tensão cervical e não sabem porquê. A dor é incômoda e prejudica que as atividades rotineiras sejam executadas com facilidade. Afinal, ninguém gosta de conviver com dor ou qualquer problema que atrapalhe no dia a dia. 

Tarefas simples, como digitar, dirigir e dormir tornam-se os momentos sobre os quais os pacientes relatam maiores desconfortos. Este tipo de dor é muito comum e recorrente, podendo surgir em qualquer idade. A tensão cervical pode ser temporária, causada por um problema muscular, ou até mesmo um problema mais sério, como a compressão dos nervos, provocando uma dor mais intensa e persistente. 

A região cervical é o local que possui maior mobilidade, por isso, fica suscetível a riscos maiores de desordens funcionais. Quer entender melhor o problema e saber qual a melhor forma de tratá-lo? Fique conosco neste artigo e descubra tudo sobre a tensão cervical.

 O que é a Síndrome da Tensão Cervical

Também conhecida como Síndrome Cervicobraquial, ou cervicalgia, a síndrome da tensão cervical é um problema que gera fadiga, rigidez, dor no pescoço ou dor de cabeça. Existem pelo menos duas áreas sensíveis ou nódulos pequenos e duros, denominados pontos-gatilho. 

O problema é caracterizado por espasmos de longa duração ou contrações periódicas e intermitentes dos músculos do pescoço. Ou seja, envolve a sensação de dor no pescoço e ombro, músculos sensíveis e rígidos, áreas duras nos músculos que podem ser sentidas como nódulos no local.

Os sintomas causam perda significativa da capacidade de trabalho e é muito comum entre trabalhadores de escritórios e indústrias que sofrem de estresse mental, movimentos repetitivos e posturas inadequadas. 

Outros sintomas que também podem ser identificados são: 

• Dor do tipo maçante, que afeta braços e mãos;
• Dor onde o pescoço e ombros se conectam;
• Espasmos musculares no pescoço que vêm e vão;
• Dores de cabeça relacionadas à tensão muscular;
• Dor apenas em um lado do pescoço, ombro e/ou área do braço (cervicobraquial).

Principais causas e tratamentos

As causas da síndrome da tensão cervical ainda não foram bem esclarecidas, mas a teoria mais comum é que ela é causada por uma contração dos grupos musculares em posição estacionária, que produz um acúmulo de resíduos e/ou falta de circulação sanguínea. 

O problema também costuma ser decorrente da alteração funcional  ou orgânica da região cervical da coluna. Normalmente, é causada por atividades profissionais associadas ao trabalho repetitivo. 

Trabalhar com os braços levantados acima da cabeça também pode causar tensão no pescoço e fadiga muscular nos ombros e braços. Além disso, hoje, principalmente com o aumento do uso de smartphones e computadores, é ainda mais notável uma postura inadequada da coluna.

Tratamentos

Existem diversas formas de tratamento para o alívio e recuperação do paciente com tensão cervical. Entre elas a correção postural, medicamentos orais, como analgésicos receitados por um médico especialista e fortalecimento muscular das cadeias cervicais profundas, com técnicas físicas, como:

• Eletroterapia: esse tipo de tratamento é muito indicado para a fase aguda da doença. Seu objetivo é aliviar a dor e melhorar a flexibilidade.
• Terapias manuais: quando não há uma intensidade de dor muito forte, as terapias manuais são muito eficientes para tratar a síndrome de tensão cervical. Técnicas como manipulação articular, mobilização articular, mobilização neural, Maitland, Thrust, entre outras são muito benéficas no tratamento.  
• Cinesioterapia: os exercícios são aplicados baseados em alongamentos que aumentam a flexibilidade da região e ajudam a restaurar a força muscular, aumentar a resistência à fadiga e melhorar a mobilidade do paciente.  

Em casos refratários às medidas acima, pode ser benéfica a realização de procedimentos minimamente invasivos para a dor, como infiltrações ou bloqueios químicos da coluna cervical.

Como prevenir a Síndrome da Tensão Cervical

Mudar alguns hábitos do dia a dia é uma ótima maneira de prevenir e evitar qualquer sintoma da tensão cervical. Confira quais são eles.

• Faça pausas a cada 30-40 minutos de trabalho para alongar os músculos do pescoço;
• Tenha atenção à ergonomia do computador e ferramentas de trabalho, para ajustar a uma altura adequada para você;
• Opte por uma cadeira com encosto alto, que ofereça suporte para a coluna e não empurre os ombros para frente ao sentar;
• Evite ler na cama apoiado por travesseiros. Opte por ficar sentado com as costas apoiadas e o livro no colo sobre uma almofada;
• Não prenda o telefone entre a cabeça e o ombro – utilize fones de ouvido para falar ao telefone, mantendo a cervical alinhada;
• Evite carregar excesso de peso em bolsas e mochilas;
• Evite ficar com pescoço curvado para cima ou para baixo, ao usar o computador
• Fique atento a sua postura na hora de dormir. Prefira deitar de lado e use um travesseiro de altura ideal para apoiar a curvatura natural da cervical;
• Beba bastante água sempre, pois ela é a maior aliada para a saúde, já que ajuda a manter todo o organismo hidratado;
• Alongue-se regularmente, principalmente quando o posto de trabalho é apenas mesa e cadeira;
• Considere praticar pilates, yoga ou a técnicas que promovam o equilíbrio e a melhora postural.

 Conclusão

A síndrome da tensão cervical precisa ser tratada, caso contrário, há risco de ocasionar recorrência frequente do quadro, tornando-se crônica e reduzindo consideravelmente o bem-estar e a qualidade de vida do paciente.

A realização de um diagnóstico completo com um médico especializado é fundamental para, inclusive detectar outras patologias que podem estar relacionadas ao problema. A partir de exames clínicos associados a exames complementares, como ressonância magnética, a doença poderá ser identificada.

Em casos de suspeitas de lesões neuropáticas, a eletroneuromiografia é um exame que pode ser realizado para avaliação muscular e nervosa. Esteja atento aos sinais do corpo e busque sempre acompanhamento médico. Um profissional qualificado será capaz de oferecer todas as informações necessárias que um paciente precisa.

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